One Piece

One Piece | Após muita apreensão o live action chegou

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A série live action da Netflix faz um trabalho melhor que o anime em apresentar One Piece para uma nova audiência.

One Piece é um fenômeno, isso é inegável. Tanto o mangá, que tem números de vendas impressionantes, quanto o anime, construíram uma base de fãs gigante por todo o mundo, em alguns casos um verdadeiro secto de adoradores da obra de Eiichiro Oda. Por isso, quando o live action foi anunciado pela Netflix o clima que se criou foi de apreensão. Alguns alegavam que seria a pior série do mundo, outros que era impossível de adaptar essa história para live action e alguns pediam calma e estavam dispostos a dar uma chance.

Bom, a boa notícia é que sim, o live action de One Piece é muito bom e, apesar de deslizes, que são inevitáveis na grande maioria das obras audiovisuais, consegue fazer o mais complexo que é captar o coração de sua fonte original.

Muito disso se deve à inegável química entre os atores, que transcende para seus personagens. Iñaki Godoy (Luffy), Emily Rudd (Nami), J. J. Jr. Mackenyu (Zoro), Jacob Gibson (Usopp) e Taz Skylar (Sanji) fazem um trabalho espetacular, entendendo seus personagens e personificando-os. E, para aqueles que tiveram um contato mesmo que mínimo com a história de One Piece, sabe a importância que esse sentimento de amizade e companheirismo tem, isso é essencial. Mesmo faltando um pouco mais de entrega em algumas cenas específicas, o principal está ali e eles terão espaço para evoluir no futuro.

Outra questão muito debatida foi o humor, algo muito presente no original, se eles seriam capazes de conseguir manter o tom. Nesse quesito, um pouco realmente é perdido, o humor se torna muito “americanizado”, mas apesar disso não é nada que chegue a ofender e a série consegue tirar seus sorrisos aqui e ali.

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Luffy (Iñaki Godoy) no Going Merry

O principal acerto da série da Netflix foi o de abraçar o ridículo, de se entregar ao cafona que é pedido aqui, se afastando da tendência de tornar tudo mais realista. No mundo de One Piece criado por Oda não existe espaço para o realismo, mesmo discutindo temas complexos ao longo de sua trajetória. A discussão desses temas é algo que se perde um pouco, algo natural devido ao tempo de desenvolvimento de cada saga, aqui suprimida em 8 episódios, algo que no anime levou cerca de 60.

A série funciona muito mais como uma porta de entrada para a história do que o anime nos dias atuais, é fácil encontrar pessoas comentando que largaram One Piece no começo devido ao seu ritmo e fãs explicando e insistindo para se continuar até tal episódio que vai melhorar. Ao agilizar a trama em muitos pontos a série consegue abrir esse caminho com muito mais facilidade, deixando os novos fãs ansiosos para saber o que os aguarda, fazendo com que uma parte deles migre para o mangá ou para o anime.

Os números apresentados pela séries em seus primeiros dias demonstram que ela se tornou um sucesso absoluto em todos os quesitos, a Netflix tem em mãos uma propriedade que poderá explorar por tempo indeterminado e Oda conseguiu renovar sua marca por mais um bom tempo, no meio disso tudo ainda entregando algo bom, que agradou ao público. No fim, todo mundo ganhou.

One Piece: Trailer


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