Em um ano sem blockbuster no cinema, Gil do Vigor nos deu todo entretenimento que precisávamos na tela da tv.
Marvel, DC e Star Wars? Não. Esse ano nada chegou perto do que Gil do Vigor teve para nos oferecer. Ele foi o protagonista e nos deu absolutamente TUDO.
Mas Gil não teve o poder do protagonismo, aquele que não importa o que aconteça sabemos que vai vencer no final. Não, ele foi um personagem com um arco complexo, ele falhou, ele caiu, ele traiu e se reergueu. Percorreu sua jornada de autodescoberta e cresceu. Foi o mais humano possível e aceitou seus erros, os reconheceu. Não teve o final esperado, não levou o prêmio de 1 milhão, mas ele foi grande campeão, saiu com a vitória, ele sim foi o protagonista.
Gil do Vigor se entregou lá dentro, foi um verdadeiro poço de carisma, contagiou a todos como um bom personagem de um filme bem escrito e dirigido. Ele nos deu drama, emoção, romance, comédia e CACHORRADA. Se jogou em todas festas, foi feliz. E mesmo em seus momentos de tristeza, nos deu alegrias. Um reflexo do que é ser humano bem diante dos nossos olhos. Na tv, em horário nobre.
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E, assim como todo bom herói de cinema, ele foi exemplo. No momento em que se soltou, se aceitou da forma como nasceu, um homem gay esplêndido, alguém que lutou contra a sua própria fé, para se tornar o homem lindo e completo que é.
Sempre nos faltou representatividade no cinema e na tv. LGBTs crescem sem se ver na tela, sem se identificar e ele nos deu isso. Um homem gay, afeminado e nordestino foi o protagonista do primeiro beijo entre homens com um homem negro e bissexual, um ato lindo e gigantesco.
Tenho inveja daqueles que são jovens e tiveram o prazer de se enxergar nesse homem performando Britney e se entregando de corpo e alma e, ao mesmo tempo, fico feliz que tiveram a oportunidade de verem que somos muitos, de todos os tipos, que temos orgulho e que vamos continuar existindo e resistindo.
Batman? Superman? Homem de Ferro? Capitão América? Não. O grande herói desse ano atende pelo nome de Gil do Vigor. O Homem que pode nunca ter sido unanimidade ou até mesmo o favorito, afinal, ele falhou, mas sem sombra de dúvidas ele foi O protagonista!
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Mais um jornalista de cultura pop e otaku nas horas vagas.