WiFi Ralph

WiFi Ralph | Referências e humor dão força à animação

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WiFi Ralph é uma animação repleta de referências, que ri de si mesma e que mostra uma relação complexa entre os protagonistas.

Wifi Ralph: Quebrando a Internet chegou aos cinemas mostrando como podemos ainda nos surpreender positivamente com filmes considerados infantis. A animação difere um pouco do sucesso de 2006, Detona Ralph. Temos aqui uma visão mais madura tanto dos personagens, quanto das cenas, dos efeitos e diálogos. Vemos menos o colorido do jogo antigo e nos deparamos com cenas mais escuras e até mesmo bizarras.

Tudo começa quando, seis anos após os acontecimentos do último filme, os protagonistas se deparam com a chegada da modernidade: o dono do Fliperama traz ao lugar uma rede de WI-FI. Ansiosa por novidades, Vanellope acaba fazendo com que Ralph construa uma nova pista de corrida para ela em seu jogo. Porém, tudo acaba mal e a solução, ao que tudo indica, estava lá na famosa Internet e os dois partem na missão de recuperar o prejuízo causado.

A forma como a rede e todas suas plataformas sociais foram retratadas foi muito inteligente e de fácil entendimento. Vemos praticamente uma cidade, onde os prédios são as empresas mais famosas como Twitter, Pinterest, Facebook, Google, etc e os cidadãos são os usuários que agem como personagens secundários e completamente sem vontade própria, apenas fazendo coisas maquinalmente e sendo levados pelo momento (o que é bem real, não é mesmo?).

A crítica ao mundo virtual excessivo e perturbador foi bem exposta. Em WiFi Ralph, vemos como a Internet pode ser extremamente útil, porém, na mesma proporção, perigosa. Vemos, ainda, uma crítica sutil aos tão famosos vídeos de gatinhos, memes sem noção e afins que temos por aí, sendo consumidos quase que roboticamente, ainda que sejam maçantes e repetitivos.

Além do ponto crítico, temos em WiFi Ralph um humor sarcástico (algumas vezes bem ácido) e cenas maravilhosas. Como o encontro da personagem principal com as Princesas da Disney, aqui retratadas como atrizes que apenas participam de testes do tipo ‘’Que princesa é você?’’, o que foi genial, diga-se de passagem. A participação das princesas e suas alfinetadas foram o ponto alto do filme.

Mas, talvez, quem roube mesmo a cena em WiFi Ralph seja a personagem Shank, que no original foi dublada por Gal Gadot. Ela é uma corredora do game online Slaughter Race (Corrida do Caos), a versão da Disney para a série Grand Theft Auto e a franquia Velozes e Furiosos (no qual, inclusive, a Gadot estrelou). A personagem vai além da dicotomia de bem-mal. Ela é bem verdadeira e humana. Sendo bem desenvolvida e dando aquela vontade de conhecê-la ainda mais.

Há, ainda, a relação entre Vanellope e Ralph sendo colocada de forma bem complexa e delicada. Assumo até dizer, abusiva. Pois, às vezes não percebemos como até nas amizades podemos ter esse tipo de relação. O grandão, após tanto tempo ao lado da menina, não consegue fazer nada que não seja com ela, nem a permite alcançar novos sonhos e objetivos e cria, assim, uma relação de dependência que só gera problemas e mágoa aos dois. Claro, tudo se resolve no final. Mas, a lição e o aprendizado achei de uma enorme importância.

Concluindo, WiFi Ralph é bem divertido, cheio de easter eggs, agrada desde os baixinhos aos adultos e dá vontade de assistir de novo só para pescar algo perdido no meio de taaanta referência. Vale a dica!


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