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Um Espião Infiltrado | Uma série que diverte, emociona e traz reflexões

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Um viúvo com uma rotina repetitiva, vazia e sem maiores novidades encontra um novo hobby: ser um espião infiltrado em um lar para idosos a fim de investigar o roubo de uma joia valiosa.


Da mente criativa de Michael Schur (Brooklyn 99, The Good Place, The Office, entre outros), Um Espião Infiltrado (A Man on the Inside) é uma série que estreou recentemente na Netflix, com a presença do maravilhoso Ted Danson no papel principal. Como já vimos, por exemplo, em The Good Place, Michael consegue unir brilhantemente o humor ao drama, o bobo com o sagaz, o trivial com o diálogo repleto de significados. Não seria diferente aqui. 

A série conta como um idoso, aposentado, recém-viúvo, distante de sua única filha e netos, consegue se reinventar e abrir um novo leque de oportunidades e ir além do que se espera de um idoso, aposentado, recém-viúvo…



Charles Nieuwendyk (Ted Danson) recebe a missão da detetive particular Julie (Lilah Richcreek) para investigar o sumiço de uma joia valiosa de uma moradora do Pacific View, uma luxuosa casa de repouso para idosos. Contudo, o enredo vai além da simples investigação e nos leva para um caminho muito mais complexo e carregado de sentimentos importantes e, constantemente, esquecidos. 

Já nos primeiros episódios de Um Espião Infiltrado, vemos uma terceira idade retratada de forma bem diferente do que costumamos ver em outras séries ou filmes. Os idosos botam pra quebrar na dança, na bebida, na tensão sexual e, até mesmo, na maconha! Algo que é muito mais visto no mundo dos jovens. Ali foi mostrado o quanto ignoramos o fato de que os idosos ainda querem – e precisam – se divertir em alguns momentos…



Indo ainda mais além da quebra desses estereótipos, a série nos apresenta de forma bem-humorada e, até mesmo poética, uma visão complexa do que é a vida, das nossas escolhas, dos nossos próprios preconceitos e medos. Principalmente o medo da solidão. É trabalhado com diálogos maravilhosos, densos e reflexivos. Há cenas que parecem um quadro pintado por Monet: à primeira vista, superficialmente, é só bagunça, caos… porém, ao olhar mais atentamente, percebe-se tamanha preciosidade. 

A temática da investigação acaba se tornando apenas um plano de fundo para todo o quadro que está sendo pintado ali. Charles se envolve emocionalmente com aquelas pessoas, com aquele lugar, vive novas emoções, se questiona sobre suas escolhas e sobre suas consequências. A série nos leva junto nessa montanha-russa de sentimentos e nos envolve com aqueles idosos engraçados, fofos, loucos e cheios de personalidade.



Um Espião Infiltrado é mais do que uma comédia, ela nos inspira a seguir em frente, ir atrás de novos conhecimentos, a enxergar o outro como um ser-humano, a se abrir com as pessoas ao nosso redor. Ela mostra, na prática, a teoria platônica da reminiscência onde falar sobre nosso passado, trazer à tona memórias antigas, compartilhar, falar sobre os sentimentos pode ser uma forma de terapia com uma série de benefícios físicos e psicológicos.

O desenrolar e o desfecho da trama, além de divertidíssimos, nos levam para um caminho onde percebemos que somente através da dialética, da conversa, de dar e receber conhecimento conseguimos relembrar qual é o nosso verdadeiro ser. Somente tirando nossas pré-concepções e opiniões pré-formadas sobre a vida, olhando para dentro de nós com os olhos da mente e da alma (que estão no mundo das ideias de Platão) é que encontramos nossa verdadeira essência.

Confira o trailer de Um Espião Infiltrado:

Ted Danson em Um Espião Infiltrado.


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