A Segunda temporada de Titans parecia eu fazendo prova final na faculdade: com tempo de sobra pra fazer, mas sem foco nenhum e já pensando nas férias. (Contém Spoilers)
Titans estreou misturando o que o Universo DC tem de melhor. Deu uma cara realista, mas abraçou os uniformes coloridos, a violência e o sobrenatural. E deu certo! Com personagens cativantes e a uma trama centrada, a série logo conquistou fãs. Mas, para ir direto ao ponto, a série se perdeu no momento que mudaram a season finale da primeira temporada.
O episódio é bom? SIM! Serve como season finale? NÃO! Ficou um tanto quanto esquisito terminar daquela maneira, mas aceitei numa boa, até porque os criadores disseram que não queriam terminar o arco de Trigon de maneira clichê, como “o grande vilão sendo derrotado no fim”. Só que essa escolha se mostrou HORRÍVEL quando assistimos a segunda temporada. Guardaram Trigon esse tempo todo para que ele não fosse derrotado no último episódio só para derrotarem ele no primeiro? Cadê a lógica disso? Fora que retiraram um pouco do foco dessa batalha para introduzir o vilão do novo ano, o Exterminador.
E aqui começam os problemas dessa segunda temporada: a falta de foco. Ao apresentar o Exterminador, a série passa a dar mais destaque para antiga equipe dos Titans e negligencia o desenvolvimento da Ravena e do Mutano (que foi o mais prejudicado nessa história).
O que era pra ser o começo dos Novos Titãs vira uma salada mal organizada de ideias e potenciais desperdiçados, como é o caso do Superboy que cai de paraquedas no meio dessa bagunça toda e fica completamente perdido. Até o mala do Jason Todd atingiu um nível de mala mais mala que o habitual quando está junto com a Rose, outra personagem que surge e que é muito mal aproveitada. E sobre o “Batman” que resolve dar as caras: prefiro não comentar.
A série tem sim ótimos episódios, mas que funcionam apenas de maneira individual. Como um que é focado no próprio Superboy e alguns com a participação do Exterminador, que faz muito bem o papel de vilão, embora no fim seu personagem tenha sido tão mal utilizado. São muitas tramas e subtramas paralelas acontecendo ao mesmo tempo, e quanto mais a série avança, mais tramas paralelas vão surgindo até que chega um momento que fica inviável resolver tudo. E aqui vem o pecado principal da nova temporada, (de novo) a danada da season finale.
Ficou muita coisa pra resolver e, no fim, resolveram tudo de qualquer maneira com as soluções mais idiotas possíveis, chegando a dar raiva de verdade em várias situações. Como fã da série, é realmente triste admitir que erraram a mão no segundo ano e que infelizmente os acertos foram poucos.
Os destaques positivos ficam com a Estelar e a Moça-Maravilha formando uma dupla muito legal e Krypto (o super-cão) que consegue roubar todas as cenas em que participa. Apesar de tudo, o Exterminador também protagoniza bons momentos de pancadaria. A desconstrução de Dick Grayson também é algo legal, porém o arco poderia ter sido menor, ao invés de ficarem arrastando melancolicamente por tantos episódios e deixando um pouco chato.
A segunda temporada de Titans pisa feio na bola, mas deixa o terreno preparado para novas aventuras. Agora é só focar de novo, pois ainda existe muito potencial. O novo ano de Titans já está disponível na Netflix.
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.