The Witcher: Apesar de todo interesse que é capaz de gerar, de suas ótimas batalhas corpo a corpo, o potencial desperdiçado é visível ao longo de toda nova produção da Netflix.
Após o controverso final de Game of Thrones, toda nova grande série que surgia entrava automaticamente em sua sombra com a fadada missão de se tornar a “nova Game of Thrones”. The Witcher vem trazendo essa ingrata missão desde de seu anúncio até a sua estreia. E felizmente ela está longe de tomar essa posição. Apesar das semelhanças na ambientação, dragões e magia, a nova série foca muito mais em seu mundo fantástico, de forma bem trabalhada e interessante, chamando a atenção dos fãs ávidos por uma boa fantasia.
Apesar de estar ligada ao nome de Henry Cavill que dá vida a Geralt, personagem dito como principal, a série é muito mais sobre suas mulheres, que tem arcos e atuações muito mais interessantes. Cavill não chega a comprometer e, verdade seja dita, ele não tem muito o que fazer, e seu personagem permanece raso durante todos os 8 episódios da temporada.
Apesar de ser interessante o suficiente para prender a atenção até o final, The Witcher peca muito ao longo de sua trama que por vezes parece confusa com uma passagem de tempo que apesar de perceptível poderia ser melhor definida e explicada. A série não sabe se quer ser algo mais contido ou algo grandioso, por vezes fica a sensação de que ela não atinge todo o seu potencial, temos cenas grandiosas logo no primeiro episodio e outras no final, mas o seu meio muitas vezes é digno do caso da semana de um episódio de Supernatural na CW, não só pelo roteiro, mas também pelos efeitos pobres.
A questão do caso da semana dentro da temporada é algo que realmente cansa, apesar de em alguma instância ele estar ligado à trama principal, isso ainda não é o suficiente para se tornar verdadeiramente interessante. Em alguns casos parece um grande nada que só quer enrolar para chegar ao fim do episódio, em outros parece que faltou tempo para um desenvolvimento adequado. Enfim, a série se beneficiaria de uma história com mais foco e episódios mais curtos.
Apesar de todos os problemas, The Witcher é uma série com um enorme potencial, o mundo e a magia que envolve a série são fortes o suficiente para cativar, seus personagens principais têm qualidades suficientes para carregar a série e tornar ela algo muito maior. Resta à Netflix compreender a grandeza do que ela tem em mãos e realmente investir para a já confirmada segunda temporada, a história tem tudo para crescer agora que tudo foi introduzido e estabelecido. The Witcher pode e tem o direito de se tornar muito maior do que se mostrou em seu início.
Mais um jornalista de cultura pop e otaku nas horas vagas.