Queer Eye

Queer Eye | Antoni, Jonathan, Karamo, Tan e Bobby, contém comigo pra tudo

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O reboot de Queer Eye For The Straight Guy chegou como mais um reality e se tornou um dos melhores produtos atuais da TV.

Num olhar mais raso Queer Eye é um bom reality de “transformação”, aqueles que pegam as pessoas transformam sua vida através de seu visual. Mas não se deixe enganar: é muito mais do que isso! Ela tem algo que a maioria parece ter esquecido, ele tem coração.

Os fab five: Antoni Porowski, especialista em comida e vinho; Tan France, especialista em moda; Karamo Brown, especialista em cultura; Bobby Berk, especialista em design; e Jonathan Van Ness, especialista em cuidados pessoais, fazem muito mais do que os específicos nichos para os quais foram designados, eles se envolvem em sua vida, entendem suas dores e seus traumas, por mais brega que possa parecer, eu diria que eles fazem uma transformação na sua alma, não mudando somente seu visual, mas a forma como você vê e se apresenta para o mundo.

É nítida a evolução ao longo das temporadas de Queer Eye, agora na terceira podemos ver histórias muito mais ligadas pessoalmente a cada um dos cinco e com espaço para todos demonstrarem suas habilidades e histórias únicas. Antoni, muito criticado nas primeiras temporadas por não fazer nada e apenas dar receitas envolvendo abacate (não minto que fiz algumas piadas com isso), é o que mais evoluiu no novo ano, dessa vez ele tem com o que trabalhar, cada pessoa escolhida tem alguma ligação importante com a comida e ele pode, enfim, brilhar de verdade, se sentindo bem mais a vontade e, assim como os outros, se envolvendo mais intimamente e dando conselhos, participando como um todo.

Nada é individual, eles funcionam como um grupo, exploram o que cada um tem a oferecer para o participante, se abrindo bem mais sobre suas vidas pessoais e é impossível não se conectar com eles, seja por pura e simples empatia ou por ter compartilhado experiências semelhantes.

Queer Eye é gigante, é entretenimento da melhor qualidade, ela te diverte, te emociona, te proporciona risadas e momentos únicos, se você tem um coração vai se sentir representado de alguma forma, porque, como dito no inicio desse texto, a série é mais sobre se aceitar, se afirmar, mostrar que cada um é único e tem algo pra acrescentar no mundo.

A vida não é fácil, sei o clichê gigante que é dizer isso, mas ela realmente te maltrata, te causa ferimentos muitas vezes irreparáveis e tão profundos que nós mesmos não somos capazes de compreender. Seja sendo tímido e não sabendo como encarar as pessoas, seja sendo incapaz de aceitar sua própria sexualidade ou não a compreendendo em seu cerne, problemas esses que não são causados pela forma como você se mostra ao mundo, mas pelo olhar de julgamento que recebemos todos os dias, nosso “visual” é apenas um reflexo do que nos tornarmos com o passar dos anos.

Antoni, Jonathan, Tan, Karamo e Bobby estão ali para abraçar e aceitar cada uma daquelas pessoas, pra dizer que esta tudo bem ser quem você é, que tudo bem estar confuso às vezes, ninguém nasce pronto, estamos em constante evolução como pessoas e enquanto sociedade, estão ali pra mostrar que não importa como você se sinta, quantas pessoas te julgam, não importa o quanto pode ser negligenciado pela sociedade, sempre vai haver alguém pra te amar como você é, que não precisa se esconder, que precisamos ter orgulho de quem somos e do que representamos.

A mudança nas roupas, na atitude, no cabelo é só a consequência do abraço que eles dão, da compreensão que oferecem, é uma mudança mínima diante de tudo que eles já fizeram por você. No fim das contas o que importa é o seu sorriso, como aprendemos nessa terceira temporada de Queer Eye.

Por fim, Queer Eye é pura representatividade, são cinco homens gays com vivências distintas, que entendem seus privilégios diante de outras minorias e fazem o que podem para acrescentar algo pela vida daqueles que acolhem a cada episódio de Queer Eye sem fazer distinção, independente de suas crenças e seu passado, independente dos traumas e vergonhas que carregam, deixando com eles uma mensagem de aceitação, não só de si mesmo, mas principalmente do próximo.


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