Obi-Wan Kenobi tinha tudo pra ser uma minissérie épica, mas tudo que conseguiu foram raros bons momentos em uma trama meia boca.
Como começar falando de Obi-Wan Kenobi? A ideia de contar uma aventura solo de um dos grandes mestres Jedi existe há muito tempo. Com a chegada da Disney Plus e a necessidade de criar novos conteúdos para o streaming, foi fácil juntar o útil e o agradável. Por sinal, toda essa história é bem parecida com a de Boba Fett, porém com um grande diferencial: estamos falando de Obi-Wan Kenobi.
Ter Ewan McGregor e Hayden Christensen retornando ao universo Star Wars após 17 anos é de deixar qualquer um maluco. Ainda assim muitos torceram o nariz por isso “quebrar a cronologia”, colocando Darth Vader e Obi-Wan para se encontrarem antes dos eventos de Uma Nova Esperança. Sendo bem sincero, isso não me trouxe incômodo, meu lado fanboy implorava por essa briga.
A minissérie apresenta uma boa proposta ao ser algo curto. É uma história sobre Obi-Wan com início, meio e fim. Na minha cabeça (e acredito que em todas as outras) uma série nesse porte e com o retorno desses atores, traz um investimento alto, tanto em questões de roteiro, quanto nas questões técnicas. Mas…(sempre tem um “mas”, né?)
Ao que parece a Disney não se preocupou tanto com essas questões. O começo de Obi-Wan Kenobi é lento, o que é algo natural, é preciso ter uma ambientação para que possamos nos reconectar com os personagens, o problema é que a série não evolui mais que isso e apresenta episódios com tramas e soluções meio bobas.
O jogo de gato e rato entre Darth Vader e Obi-Wan possui bons momentos e outros um tanto quanto constrangedores. Ok ficar cego de raiva e isso atrapalhar o julgamento, mas tem horas que passa um pouco do ponto. Entretanto, a luta final, AQUELA, que a gente tanto tava esperando é boa, é boa demais! Só que até chegar nela foi um sofrimento, viu?
Obi-Wan Kenobi soube fazer um fan service legal, trouxe personagens icônicos de volta que te fazem soltar um sorrisinho, mas peca muito na execução de seus episódios e isso prejudica a série como um todo. Vou guardar na memória os bons momentos e assistir aquela luta final sempre que der vontade, mas rever a série inteira é algo fora de cogitação.
Fica o sentimento de que perderam uma grande oportunidade, não é todo dia que você reúne essa galera. Ah, uma última cornetada, deixar pra usar a marcha imperial aos 45 do segundo tempo é uma das decisões criativas mais questionáveis que a Disney teve nessa produção. Um absurdo.
Falei, tô leve.
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.