O Rastreador é aquela série que você assiste pra passar o tempo e ainda te faz rir com alguns absurdos.
De coração, não entendo o ódio por séries despretensiosas. Claro, você tem todo direito de não gostar de algo e está tudo bem. Mas dedicar tanta energia pra odiar alguma coisa é um tanto desnecessário. A lista de séries que larguei logo no primeiro episódio é enorme (algumas inclusive nem cheguei a terminar), mas tudo certo, vida que segue, tem muitas outras séries por aí, mas não foi o caso de O Rastreador.
Justin Hartley (o Arqueiro Verde de Smallville) é Colter Shaw, um caçador de recompensas moderno que viaja pelos Estados Unidos com seu trailer em busca de recompensas por pessoas desaparecidas. Pra começar, achei o tema bem legal! Perdoe-me se não ando tão ligado, mas esse é um tema que não vejo sendo explorado com muita frequência, seja na tv ou no cinema, ainda mais nos dias atuais.
Vamos lá, o termo caçador de recompensa me lembra o velho oeste, em especial Django Livre e Os 8 Odiados (dois dos meus filmes favoritos do Tarantino), Star Wars e Cowboy Bebop. Agora, longe desses universos futuristas (e do bang bang, de forma geral), realmente não lembro de ver. Uma outra coisa que me chamou atenção, e pode até parecer bobo, é em relação ao objetivo desse caçador de recompensas: achar pessoas desaparecidas e não caçar criminosos. Eu sei que existem muitas séries sobre detetives que são contratados para achar pessoas desaparecidas, mas aqui a vibe é outra, saca?
Pois bem, vamos ao ponto da nossa canja de galinha! O Rastreador segue a estrutura do “caso da semana”, tendo uma trama maior por trás. Ao longo dos 13 episódios da primeira temporada, temos casos que nos prendem muito a atenção e outros nem tanto, mas longe disso ser um problema, eles também cumprem seu glorioso propósito de entreter.
O lance pra você curtir O Rastreador é entender as regras do jogo que ele põe sobre a mesa logo de cara: tem o amigo hacker que invade qualquer sistema e segurança, tem as amigas que encontram trabalho pra ele e amiga advogada que vai livrar ele da cadeia toda hora. Assine os termos de uso e vá embora!
Claro que isso não quer dizer que você não vai enxergar o que tem de errado no rolê, ou como eu disse lá em cima, os absurdos vão te fazer dar boas risadas. Eu levei desse jeito, fazia pipoca e tudo pra ver ele resolver alguns casos de forma absurda ou sair de algumas situações de um jeito mirabolante. Não vou esquecer a crise de riso que dei quando ele, escondido e deitado dentro de um carro, pediu pro cara que estava do lado de fora do carro, com espaço de sobra para correr, ficar parado. Abrace o absurdo, tá liberado, eu deixo!
Mas, se eu posso dizer que algo realmente me incomodou de verdade em O Rastreador, é em sua trama “principal”. Mas sabe o que é pior? Até o que esse mal feito pode ser útil. O grande mistério, se assim podemos chamar essa parte, fica em torno da morte do pai de Colter, um homem muito misterioso. Colter acredita, ou sua mãe o fez acreditar, que seu irmão mais velho (Jensen Ackles) foi o responsável pela morte de seu pai. Por esse motivo ficaram anos sem se falar. Até isso se resolver de forma mágica em um diálogo. Isso aqui chega até ser desrespeitoso de tão ruim. Sério.
Não vou entrar em detalhes, mas essa história principal sobre a morte de seu pai e todo o casos de família é tão mal feito que você apenas ignora. O bom disso? Se a série fosse cancelada, não me sentiria órfão de uma falta de conclusão. Simplesmente por que não me importo com essa trama (risos). Fui cruel? Talvez, mas é a verdade.
Lógico que vou adorar ver mais pessoas sendo resgatadas por Colter Shaw, por isso sigo aqui na expectativa da segunda temporada. Espero que melhorem essa trama do pai e que sigam com os exageros que me fizeram tão bem.
O Rastreador está disponível na Disney+.
Confira o trailer da série:
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.