I’m Not Ok With This: Com todos os elementos necessários para conquistar o público, a nova série da Netflix encontra espaço pra mostrar todo o seu brilho próprio.
Apesar da estreia discreta, I’m Not Ok With This tem tudo pra conquistar o público com o passar do tempo, pois ela apresenta todos os elementos para isso como o puro suco do algoritmo, desde a trilha sonora indie, atores carismáticos, ambientação oitentista, apesar de se passar nos dias atuais no interior dos EUA e, o que talvez seja o grande trunfo, ela conta com apenas sete episódios de cerca de 20 minutos cada, tudo isso envolto em uma trama simples e coberta de referências da cultura pop escolhidas a dedo.
Quando conhecemos Syd (Sophia Lillis) fica clara a relação com Carrie, A Estranha. A primeira cena de I’m Not Ok With This faz uma ligação direta e isso não fica somente no visual, mas também quando ela começa a descobrir poderes sobrenaturais que são parecidos com os da personagem clássica de Stephen King que ficou marcada na mente de diversas gerações. Syd, que se sente estranha, tem problemas para se relacionar com a mãe e perdeu o pai há pouco tempo. É fácil de se identificar, mas a personagem não fica rasa e clichê em nenhum momento já que problemas com sua sexualidade são acrescentados para criar camadas na personagem.
Com poucos personagens e uma história contada de forma bem concisa, a série sabe aproveitar seus episódios curtos para desenvolver bem seus personagens, cada um cativante de forma única. Claro que o ponto alto fica entre a relação de Syd e Stan (Wyatt Ollef), os dois em cena é algo cativante, souberam aproveitar bem a química adquirida em It, filme em que ambos são protagonistas. Até mesmo o “vilão” da temporada, o clássico valentão do ensino médio, tem seu valor e um final que surpreende. Dentre os episódios, o que deixa mais claro a química entre os atores é o que faz uma clara homenagem ao Clube do Cinco, cada interação é deliciosa de se ver em tela.
Com uma proposta leve e simples, I’m Not ok With This vale muito a pena, um entretenimento fácil e capaz de deixar um sorriso no rosto. A série da Netflix deixa abertas portas para uma segunda temporada cheia de possibilidades e com uma tendência de crescimento. Ela pode não ser a próxima Stranger Things, que é a comparação mais obvia, mas tem seu próprio valor.
Mais um jornalista de cultura pop e otaku nas horas vagas.