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Heartstopper: 3ª Temporada | Série continua a ser esse mundo maravilhoso de se acompanhar

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Heartstopper dá um passo maior em direção aos dramas de seus personagens.


A segunda temporada da série que acompanha a vida de Charlie e Nick sofreu diversas críticas quando parte do público, que não era o público-alvo, passou a argumentar que adolescentes reais não agiam da forma como estava sendo retratado, principalmente em relação ao sexo. 

Alguns até afirmaram que a autora dos quadrinhos escrevia com um viés fetichista, apresentando uma visão feminina hétero cis em relação a personagens LGBTQIAP+. Parece que, com o passar dos anos, a indústria tem forçado a necessidade de tudo ser sério e realista, o que fez com que o público perdesse a capacidade de abraçar o fantástico. 

Nenhuma série ou filme tem a obrigação de retratar a realidade, o que vemos em tela é sempre uma realidade manipulada. Desde o início, Heartstopper se propôs a ser um retrato mais leve e simples, onde problemas são resolvidos e podemos escapar para um mundo onde as coisas acabam bem no final. A série não é o problema; o que pode ser problemático é como o público foi condicionado a consumir.



Deixando esse assunto de lado, nesta temporada temos um viés mais dramático. À medida que os personagens envelhecem, novas questões começam a surgir e abalar suas relações. O foco principal se encontra em Charlie e nos problemas que ele enfrenta com sua imagem, especialmente à medida que sua relação com Nick se torna mais íntima. O distúrbio alimentar do personagem, que já vem sendo apresentado desde a primeira temporada, ganha destaque aqui. Como sempre, é tratado de forma delicada e com o cuidado necessário quando se aborda a saúde mental.

A história sensivelmente mostra como a saúde de Charlie não afeta apenas ele, mas também todos ao seu redor: sua família, seus amigos e seu namorado, que acaba se colocando de lado e assumindo a responsabilidade de cuidar da pessoa que ama. Todos esses pontos são devidamente trabalhados ao longo da temporada, nada é negligenciado e há espaço para evolução de todos os personagens.



Como já é de praxe, a série aborda muito bem a questão de gênero e sexualidade. Ao vermos esses personagens crescendo, também observamos toda a fluidez que os acompanha e as mudanças de entendimento que têm em relação a seus corpos e à sua identidade. Tudo isso é apresentado de forma didática, permitindo que aqueles que estão fora dessa bolha compreendam sem dificuldade; e, em caso de dúvidas, sempre se pode usar o Google.

Heartstopper continua a ser esse mundo maravilhoso de se acompanhar, que nos permite viver em um ambiente melhor, onde tudo é possível e não existe problema que não possa ser compreendido e superado. Só é necessário que abaixemos o muro da realidade que nos cerca para aceitarmos as gotas do fantástico que nos são apresentadas.

A série Heartstopper está disponível na NETFLIX.


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