Falcão e o Sol. Invernal: Seria injusto dizer que a série é ruim, mas a verdade é que Sam Wilson carregou Falcão e o Soldado Invernal quase que sozinho.
O segundo capítulo da fase 4 chegou ao fim e deixou bem claro os planos da Marvel para as suas séries: desenvolver melhor os personagens que serão o futuro da franquia nos cinemas. Tanto Sam Wilson (Anthony Mackie) como Wanda puderam ter suas histórias contadas com calma, tendo tempo para superarem seus medos e darem um passo importante para crescerem e amadurecem ainda mais.
Só que Falcão e o Soldado Invernal sofre com uma coisa: a falta de foco nas tramas paralelas. Até mesmo Bucky ficou um pouco prejudicado nesse quesito, em certos momentos ele acabou ficando jogado, mas nada que tenha prejudicado seu desenvolvimento e, no fim, seu personagem finalmente conseguiu uma redenção.
O elo fraco ficou na disputa de atenção no antagonismo. O retorno do Barão Zemo é agradável, a ascensão e queda do novo Capitão América são boas, mas aí vem os Apátridas e os problemas começam de verdade. A ideia do grupo terrorista é ótima, mas é executada de maneira muito preguiçosa. Mesmo com episódios grandes, é muita coisa acontecendo para ter um foco.
E ainda assim, mesmo que houvesse mais tempo pra eles, existe outro problema: a Karli. Me desculpem, mas ela não convence ninguém de que é uma líder. Falta a ela o carisma necessário para executar a vilania. Não só ela, todo o núcleo é fraco demais e não passam o peso nem a segurança de um grupo daquele porte.
Mas, é como eu já adiantei lá no título, existe alguém que carrega a série nas costas, ele faz a roda girar e mesmo com uma vilã nada carismática, trás à série todo o peso emocional de que ela merece e esse alguém é Sam Wilson. Seu arco é perfeito do começo ao fim. Ao apresentar um lado do personagem do qual não conhecíamos, nós nos envolvemos ainda mais com ele.
Vemos Sam encarar bastante coisa, desde a responsabilidade com sua família até o compromisso de continuar defendendo o mundo de ameaças terroristas. Ele é um vingador e não tem dinheiro pra consertar seu barco, é injusto demais. Além disso, ele tem que encarar o peso da passagem de manto e a decepção de ver outra pessoa carregando o escudo, alguém que vai contra todos os princípios que ele e Steve Rogers defendiam.
A questão racial não poderia ficar de fora também e a série não se esconde dessa responsabilidade. Vemos como o tratamento com Isaiah Bradley foi diferente para com Steve Rogers, quando ambos fizerem a mesma coisa, um teve sua história apagada, pois as pessoas não estavam prontas para um Capitão América negro. E a julgar pelo que andamos vendo, parece que ainda não estão e é por isso que ele tão necessário agora.
Portanto, mesmo que Falcão e o Soldado Invernal tropece em alguns momentos, a força de Sam Wilson coloca essa série de pé e nos dá cenas memoráveis e emocionantes que serão lembradas para sempre. Sam é um personagem extremamente forte, ele é o Capitão América que o mundo precisa e que o mundo ganhou
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.