Doctor Who: Especial de ano novo, que já está disponível na globoplay, resgata o espírito das temporadas anteriores, mas sem perder sua nova identidade.
Como o antigo showrunner de Doctor Who, Steven Moffat, já dizia, nenhum vilão é melhor que o Dalek. Ok, ok, isso pode gerar uma certa discórdia. Doctor Who possui uma extensa galeria de ótimos vilões. Alguns duram fases, outros só aparecem uma ou duas vezes, mas poucos são aqueles que fazem aparições ao longo de toda a série. Você pode até achar outro vilão melhor, mas é inegável o tamanho do problema que o Dalek representa.
Nessa nova era de Doctor Who estrelada por Jodie Whittaker, o showrunner Chris Chibnall resolveu guardar nosso antagonista para os episódios especiais. E uma coisa que achei muito legal foi justamente ele continuar a história do especial passado, funcionando muito bem como um capítulo 2 para a saga dos Daleks da 13ª Doutora.
A história inicia justamente onde o especial passado de Doctor Who terminou, com o Dalek derrotado. Uma empresa privada consegue a carcaça do Dalek, se une com a futura candidata a primeira-ministra e juntos formam um plano: replicar a tecnologia alienígena para resolver problemas de segurança pública e, claro, lucrar uns milhões no processo, por que não? Obviamente tudo dá errado, afinal, não se subestima um Dalek.
Em outro ponto do universo, a Doutora está encarcerada na prisão mais segura da galáxia, enquanto seus companheiros (a família) estão há 10 meses sem receber notícias dela, o que começa a gerar, além da perda da esperança, novas perspectivas de vida para eles.
Mas, o toque final para esse especial de Doctor Who ser de fato especial é a presença do Capitão Jack Harkness. O retorno de John Barrowman foi o grande atrativo de Revolution of the Daleks. Nós sempre imaginamos personagens de temporadas anteriores interagindo com novas versões do Doutor e é extremamente satisfatório quando essas coisas acontecem. O resultado desse encontro não poderia ser melhor, o capitão Jack deu aquele tempero, aquela folhinha de manjericão pra deixar o episódio no tom certo. A química entre ele e a Doutora é automática, junte isso aos diversos easter eggs e referências que vão deixar qualquer whovian mais louco que o Capitão América.
O tom nostálgico passa pela aventura com Daleks destruindo tudo o que vêem pela frente, com raios lasers e caos por onde eles passam e pelos planos mirabolantes da Doutora salvando o dia apenas com sua genialidade. É bom demais ver um Dalek quebrando a cara.
Contudo, mesmo com esse tom de volta ao passado, o que não é ruim, o especial de Doctor Who não destoa dos outros episódios. Vemos alguns fechamentos de ciclo que, na minha opinião, é um tanto quanto acelerado, tendo em vista que ainda havia muito mais para ser explorado. Mas, ao menos não é nada traumático, o whovian já tem traumas demais para uma regeneração, não é mesmo?
A casa, que não estava bagunçada, ganha uma nova decoração, mas não muito diferente de antes. A próxima temporada, talvez a última de Jodie Whittaker, estreia em algum momento desse ano. É torcer para termos uma despedida em alto nível, se for o caso, porque assim como os companions que foram embora, acredito que a Jodie ainda pode render muito mais.
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.