Doctor Who

Doctor Who | Um novo recomeço nas mãos de Russell T. Davies

Compartilhe:

A nova temporada de Doctor Who entrega um Doutor mais humano em boas aventuras fechadas.

Finalmente pudemos acompanhar as aventuras de Ncuti Gatwa em Doctor Who. A nova temporada da série, agora disponível na Disney Plus, já está finalizada, o que me dá direito a fazer a mesma reclamação de sempre: por que Doctor Who acaba tão rápido? Toda vez é a mesma coisa, mesmo os episódios sendo semanais, você pisca o olho e ela acaba, talvez este seja o meu erro, afinal, já dizia o Doutor: “don’t blink”!

Sem mais delongas, essa primeira temporada da “New New Who” (que vou chamar assim na falta de uma nomenclatura oficial) começa de uma forma esquisita. O primeiro episódio não está entre os meus favoritos da série, mas não é ruim. Meu problema com ele é justamente ser um episódio de abertura. Ele poderia servir muito bem pra um tapa buraco, um filler de meio de temporada, mas iniciar com ele? Acho que não rola. Felizmente, posso dizer que esse é meu grande incômodo aqui, porque achei o restante ótimo!

“73 Jardas”, por exemplo, é o típico episódio em que o Doutor deixa sua companion brilhar. Ou, como realmente acontece, ela passa por vários perrengues e prova seu valor, seja demonstrando habilidades ou lealdade ao seu amigo viajante do tempo. O fato é, temos mais um grande episódio de Doctor Who, sem que nosso protagonista esteja nele.

Millie Gibson e Ncuti Gatwa


Agora, vamos falar de Ncuti Gatwa, nosso novo Doutor. Assim como toda temporada de estreia, leva um tempo para nos acostumarmos com os novos trejeitos e manias do  Doutor recém regenerado. Aqui, temos um Doutor muito mais emotivo (o que gerou um burburinho na fanbase). Mas, como já havia sido adiantado pelo próprio Russell T. Davies, essa encarnação do Doutor seria muito mais humana que as outras. Ele ainda é aquele cara que não se abre com tanta facilidade, mas que agora expressa seus sentimentos de forma muito mais visceral. 

O episódio Dot and Bubble é um ótimo exemplo dessa expressão das emoções. Após passar um episódio inteiro tentando salvar a vida de uma garota mimada, nosso herói sofre racismo. Pois é. O mais impressionante desse episódio é que, após vermos a atitude racista feita de forma explícita, ligamos os pontos em diversos momentos do episódio, em que a personagem em questão deixou pistas de que era racista.

Após isso ocorrer, o Doutor chora. E como é bom ter um ator do calibre de Ncuti Gatwa no papel principal! Ele entrega aquela raiva e angústia que deixam os nervos à flor da pele. Esse Doutor sente tanto quanto os outros, mas ele põe pra fora e expressa o que está sentido. Me desculpe quem não gostou, mas eu adorei.



Quanto aos vilões? Ganhamos uma galeria nova e interessante, assim como a primeira temporada de Jodie Whittaker (tirando aquele maluco cheio de dentes na cara, aquele lá não rolou). Ncuti Gatwa enfrenta desafios novos e um velho conhecido, trazido direto da série clássica: Sutekh. Se na série clássica o vilão era apenas mais um cara fantasiado, aqui o aumento do orçamento da Disney transformou nosso antagonista em um grande cachorro de CGI. Nada contra, mas que deu uma estranheza ver esse aumento orçamentário, isso deu.

Vamos lá, desde os especiais com David Tennant, Russel T. Davies vinha resgatando vilões do passado, alguns inclusive das páginas dos quadrinhos. Não sou conhecedor da série clássica e confesso que não conhecia o vilão, portanto gostei dessa volta ao passado, principalmente quando Russel faz essas viagens loucas e amarra o antigo com o contemporâneo.

Entretanto, o grande “X” da questão, o grande mistério a ser resolvido era a respeito da verdadeira identidade de Ruby Sunday e de sua mãe. Quem já conhece Doctor Who de outros carnavais estava apreensivo de mexerem novamente no passado do Doutor. A última temporada já deixou muita gente nervosa, não há motivos para repetirmos o feito logo em seguida, né?  Felizmente, ou infelizmente (já que fã não sabe o que quer), a resolução do grande mistério foi simples, não alterou a ordem natural das coisas e seguimos felizes, serelepes e saltitantes.

Jonathan Groff, Millie Gibson e Ncuti Gatwa


Brincadeiras à parte, para uma primeira temporada de uma nova fase, achei muito satisfatório. Como anunciado antes mesmo dessa temporada estrear, Ruby não seguirá na série, o que é uma pena, porque a química entre Millie Gibbons e Ncuti Gatwa era sensacional! 

Esse ano ainda teremos o tradicional especial de Natal no dia 25 de dezembro, onde teremos a participação de Nicola Coughlan (Bridgerton) no episódio ‘’A Message of Joy’’.

Doctor Who é uma série com uma grande estrada já percorrida, mas que não está nem perto do fim do que ainda pode ser feito. O Doutor é um personagem imortal, vamos torcer para que ele continue regenerando e cativando gerações, por todo o tempo e espaço.

Confira um trecho de A Message of Joy

bhgh


Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *