Os Homens de Barro

Os Homens de Barro é lançado pela Editora Nova Fronteira

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Terceira peça de Ariano Suassuna, Os Homens de Barro, expõe as injustiças sociais que ainda hoje assolam o sertão nordestino.

Ariano Suassuna realizou uma contribuição significativa para a valorização das tradições culturais do nordeste brasileiro e continua sendo uma das vozes mais importantes da literatura e no teatro brasileiro. Os Homens de Barro foi sua terceira peça teatral, escrita em 1949, (sobrevindo a Uma Mulher Vestida de Sol, de 1947, e Cantam as Harpas de Sião, de 1948.) e volta a ser lançada, agora pela Nova Fronteira, em novembro. A presente edição traz o texto revisto pelo autor em 2003, com apresentação do professor, crítico e dramaturgo pernambucano Luís Reis.

A peça conta a história de um conjunto de indivíduos que se propõem a esculpir um anjo, após um suposto relato de aparição para um deles. Para concretizar tal feito, eles resolvem unir-se, desencadeando a desconfiança e a hostilidade por parte dos proprietários rurais da região. A peça é ambientada no sertão nordestino, no conjunto de lajedos da Pedra do Reino.

No  início de sua carreira como dramaturgo, Ariano Suassuna dedicava-se a escrever peças teatrais voltadas voltadas para o gênero das tragédias, partindo para das comédias somente na década de 50. Os Homens de Barro é uma reflexão sobre fé, redenção e a natureza humana. É uma obra que explora os temas da religiosidade popular, da violência do sertão e da luta pela sobrevivência. 

Capa da nova edição de Os Homens de Barro

Marcados pelo desamparo e pelo amor, os personagens da trama se abrigam no fanatismo religioso, elemento estruturante da peça. Trata-se de uma tragédia de viés moderno, na qual o sofrimento dos personagens não é resultado de imponderáveis armadilhas do destino ou inescapáveis desígnios dos deuses, como era comum nas tragédias gregas. A dor e a morte resultam de uma intrincada sobreposição de fatores psicológicos e socioeconômicos.

Sem abdicar do caráter transcendental predominante nas tragédias, o autor não se furta de trazer à cena, ainda que em segundo plano, uma crítica incisiva às injustiças sociais tão evidentes no sertão nordestino, mostrando como os poderosos agem para desarticular movimentações coletivas potencialmente ameaçadoras ao poder estabelecido.

Adquiria Os Homens de Barro acessando site da Editora Nova Fronteira AQUI.

Sobre Ariano Suassuna

Poeta, dramaturgo, romancista e artista plástico, Ariano Suassuna nasceu na capital da Paraíba, em 1927, e faleceu no Recife, em 2014. Adquiriu renome nacional e internacional com obras como o Auto da Compadecida, no campo do teatro, e o Romance d’A Pedra do Reino, na prosa e ficção. Membro da Academia Brasileira de Letras e grande defensor da cultura brasileira, foi o idealizador do Movimento Armorial, lançado no Recife em 1970 com o objetivo de, nas suas palavras, “realizar uma arte erudita brasileira a partir das raízes populares da nossa cultura”.


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