O Cavaleiro dos Sete Reinos: as emocionantes aventuras de Dunk e Egg por Westeros nos ensinam sobre seu passado, enquanto mata nossa saudade do mundo criado por George R. R. Martin.
George R. R. Martin criou um mundo tão vasto com as Crônicas de Gelo e Fogo que as possibilidades de historias contadas ali são incontáveis, tudo porque esse mundo é coeso, bem fundamentado e com uma historia bem definida por seus livros. Fazer isso não é fácil, requer não só uma certa genialidade como também tempo, muito estudo e dedicação para que nenhum erro passe despercebido, o que justifica a demora de anos entre um livro e outro de sua saga principal. Nesse meio tempo, apesar de ficarmos órfãos de seus personagens mais conhecidos, não ficamos de seu mundo.
Martin está, sempre que possível, lançando mais conteúdo, o que apazigua os fãs desesperados por seus livros e ajuda a fundamentar o passado do mundo que criou. O Cavaleiro dos Sete Reinos: Histórias do Mundo de Gelo e Fogo é um desses. Lançado pela Editora Leya, ele conta as aventuras de Dunk e Egg em três contos ambientados no passado de Westeros.
Dunk, um menino de nascimento pobre da Baixada das Pulgas, recebe a oportunidade de sua vida ao se juntar a um cavaleiro andante e se tornar seu escudeiro. Após alguns anos, com a morte do cavaleiro, Dunk resolve ocupar seu lugar e participar do torneio de Campina de Vaufreixo. No caminho, conhece Egg, um menino de 10 anos, insolente e de boca grande que passa a ser seu escudeiro no torneio, juntos eles vão viajar por Westeros em busca de trabalhos e aventura.
Falar muito aqui é entregar spoilers que podem estragar as surpresas dos contos de O Cavaleiro dos Sete Reinos e atrapalhar a experiência, principalmente do primeiro conto que dita todo o futuro dos seguintes, este sendo inclusive o melhor dos três, o mais rico em detalhes e história. Isso, claro, pode se dever ao fato dele ter que fazer toda a introdução dos personagens, inclusive de personagens importantes na história principal de Westeros, além de guardar boas surpresas e momentos impactantes de se arrepiar.
Infelizmente não se pode dizer o mesmo do segundo conto. Este mais lento e simples parece apenas servir de ponte para o seguinte, ele fica perdido entre os dois, os personagens secundários não chegam a ser cativantes e o final é obvio logo nas primeiras paginas. No terceiro as coisas voltam a ficar emocionantes, voltamos a ter grandes momentos, batalhas bem descritas, personagens cativantes, além de ser ambientado em um momento importante, dando informações sobre uma das partes mais interessantes de Westeros.
Apesar de perder força no segundo conto, O Cavaleiro dos Sete Reinos vale cada página. Além de ser muito bem escrito, como era de se esperar, ainda trás informações importantes sobre o passado e tem personagens apaixonantes que nos deixam com vontade de saber mais sobre eles.
Fica aqui a torcida para que George R. R. Martin escreva mais sobre eles e possamos acompanhar suas aventuras mais algumas vezes.
Mais um jornalista de cultura pop e otaku nas horas vagas.