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Jogos Vorazes | Amanhecer na Colheita

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Suzanne Collins revisita o passado de Haymitch para acender a chama da revolução em Amanhecer na Colheita.


Entre as muitas obras distópicas lançadas em sua época, Jogos Vorazes sempre foi um ponto fora da curva. A série nunca subestimou seu público: Suzanne Collins criou uma narrativa intensa ao combinar adolescentes, um governo totalitário, guerra e a busca por liberdade. 

Fortemente influenciada por 1984, a saga jamais deixou de evidenciar os impactos de viver sob um regime opressor e as cicatrizes deixadas pela resistência. Em 2020, Collins voltou a esse universo com A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes, explorando o passado do presidente Snow. Agora, ela retorna para revisitar a trajetória de Haymitch e, ao que tudo indica, concluir de vez essa história e amarrar as pontas soltas.

O novo livro, Amanhecer na Colheita, parece elevar o uso de conceitos inspirados em George Orwell. O governo é implacável, onipresente e onisciente. Qualquer frase dita fora de lugar pode ter consequências. A propaganda como forma de manipulação das massas, já utilizada em seus livros predecessores, aqui ganha mais destaque e nuances. 

O presidente Snow manipula a narrativa com maestria, controlando cada detalhe para manter seu domínio absoluto. Haymitch, nesse cenário, surge como um peão em seu tabuleiro: cada passo seu parece monitorado, cada erro, punido com severidade.

A semente da revolução que explodirá com Katniss na trilogia original começa a ser plantada aqui. Collins reúne personagens já conhecidos, oferecendo novas perspectivas e profundidade a eles, ao mesmo tempo em que introduz rostos inéditos e marcantes. Essas novas figuras ajudam Haymitch a entender seu papel nesse mundo brutal — e como suas escolhas, mesmo quando movidas por interesses pessoais, podem contribuir para um futuro mais livre.

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Capa de Amanhecer na Colheita, de Suzanne Collins

Apesar da escrita madura e de muitos acertos, Amanhecer na Colheita pode soar repetitivo em alguns momentos, especialmente por seguir uma estrutura semelhante à dos livros anteriores: introdução dos personagens, a seleção para os Jogos, o conflito interno, e o massacre brutal que se desenrola. 

Alguns eventos parecem ocorrer apenas para servir à narrativa, e parte da obra foca fortemente em reforçar a tirania de Snow — talvez numa tentativa de desfazer a simpatia que alguns leitores passaram a sentir por ele após A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes.

Embora não seja isento de falhas, o novo livro reafirma o talento de Suzanne Collins. Ela continua a tratar temas densos em uma obra acessível ao grande público, sem suavizar os horrores da guerra ou os riscos da manipulação ideológica. 

Amanhecer na Colheita fecha ciclos, fortalece personagens centrais e apresenta novos tão cativantes quanto os antigos, conduzindo o leitor pela jornada de Haymitch e mostrando como sua dor ajudou a pavimentar o caminho para um futuro de esperança e liberdade.

O livro pode ser adquirido no site da Editora Rocco clicando AQUI.


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