Escrita por Marion Zimmer Bradley, autora de As Brumas de Avalon, A Filha da Noite é uma obra que mistura elementos de fantasia, mistério e filosofia.
Atualizado em 25/03/2024.
Marion escreveu “A Filha da Noite” em 1985 e teve como inspiração a maravilhosa ópera “A Flauta Mágica” de Mozart, escrita por Emanuel Schikaneder, ator, diretor e grande amigo do compositor. Ela transformou a ópera em prosa, após quase 200 anos de sua estreia. A história é encenada até hoje e continua sendo um grande sucesso no mundo inteiro.
Sempre gostei de música clássica, história, literatura, mistérios… Imagina tudo isso envolto em uma só história? Pois bem. A Flauta Mágica é considerada por muitos uma obra maçom, com muitos simbolismos implícitos em sua composição, pois tanto Schikaneder como Mozart faziam parte da maçonaria. A grosso modo, a ópera trata da parte filosófica do Iluminismo. O famoso conceito de “liberdade, igualdade e fraternidade” é exposto em vários momentos da história, além de diversos outros conceitos.
A Flauta Mágica foi produzida no século XVIII, um período com grandes questionamentos a respeito das relações de poder e onde o homem passara a valorizar e enfatizar a sabedoria como único meio de se alcançar a justiça e a verdadeira igualdade. Por isso, a obra quebrou paradigmas sociais de forma ousada e conquistou o povo com sua rebeldia implícita no que pareceria meros detalhes. E o enredo.. bem, o enredo não poderia ser melhor! Magia, lugares inóspitos, seres utópicos, híbridos, príncipes, princesas, mistérios a serem desvendados, caminhos obscuros sendo percorridos…
Em A filha da Noite, temos os personagens principais: a Rainha da Noite, Pamina, Sarastro, Tamino, Papagueno e Papaguena. Em resumo, Pamina é roubada de sua mãe, a Rainha da Noite, por Sarastro e Tamino é contratado para resgatá-la. A partir daí começa uma jornada onde é apresentada uma enorme simbologia sobre o autoconhecimento, humildade, lealdade e coragem. Além de ligação com as mitologias grega e egípcia. Tudo com uma dose de humor, romance, drama e muita magia. Porém, nada é o que aparenta e o final é surpreendente!
O livro traz com excelência toda a metáfora genial criada por Mozart e Schikaneder, em 1791, com seus simbolismos mitológicos, sua filosofia maçônica e pequenas alfinetadas na sociedade elitizada da época. Com um pouco de conhecimento da nossa história se torna um prato cheio para os apaixonados pela literatura onírica.
Sinopse:
Ao longo de quase duzentos anos, audiências de todo o mundo vibraram com a Flauta Mágica, de Mozart. O prazer que sentiam com a música era igualado pelo fascínio exercido pela beleza e magia da história de Papageno, o homem-pássaro, pela assustadora e ameaçadora Rainha da Noite, pelo amor e aventuras do Príncipe Tamino e da Princesa Pamina que enfrentavam os tremendos testes mágicos do Tribunal da Sabedoria.
A Filha da Noite é uma história de amor, de coragem e de perseverança, mas é também uma viagem pela fantasia e pelo mundo dos sonhos, para além de ser uma versão diferente desta história há muito conhecida. Marion Zimmer Bradley usa a sua própria magia para dar às personagens eternas uma nova vida na página impressa.
Tudo aquilo que tivera de ser comprimido no formato da ópera e do palco, pode agora expandir-se. E é ao som da melodia dos sonhos, dos arquétipos e da fantasia que, de palavra em palavra, as personagens encontram finalmente toda a sua plenitude e os grandes testes assumem o brilho mágico que só poderia ser conferido por uma mestra da fantasia moderna como é Marion Zimmer Bradley.
Apaixonada por arte, música, literatura e filosofia. Adora a Disney, Harry Potter e Sherlock, além de ser viciada em memes. Ri de tudo, é meio perdida nas ideias, viajante do tempo nas horas vagas, só anda com fones nos ouvidos e ama tudo que é fofinho, inclusive o editor-chefe desse site.