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Venom: A Última Rodada | Filme consegue entreter e brilhar ao não se levar tão a sério

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Embora não seja o mais inspirado dos três filmes, Venom: A Última Rodada ainda reserva bons momentos.


Desde o início, Venom foi subestimado, em parte por não estar diretamente vinculado ao selo Marvel, como se essa associação garantisse qualidade. Muito se falou sobre sua suposta “necessidade”, mas o que realmente é em um filme baseado em quadrinhos? Nada pode ser considerado essencial, mas, uma vez criado, deve ser avaliado por seus próprios méritos. E aqui estamos no terceiro filme, o que indica que algo positivo existe.

A história do médico e do monstro já foi explorada de diversas formas em inúmeras produções, destacando a dualidade humana e suas várias facetas. No entanto, no caso de Eddie Brock (Tom Hardy) e Venom, essa relação evolui para além disso, gerando uma amizade entre os dois personagens que compartilham o mesmo corpo. Alguns fãs interpretam essa dinâmica até mesmo sob uma luz romântica. Essa divisão é um dos pontos fortes da franquia e deste filme, permitindo a Hardy explorar aspectos cômicos de sua atuação, como se estivesse em um filme de Buster Keaton.



Venom sempre encontrou sua força nos momentos mais simples, quando a ênfase está na relação entre os personagens, em vez de tentar criar algo monumental. Embora haja tentativas de expandir a narrativa para uma escala intergaláctica, o filme falha ao não conseguir avançar de um ponto A para um ponto B, parecendo retornar ao ponto A ao final. O grande vilão prometido nunca se concretiza e acaba se tornando um elemento deixado para um futuro incerto. É frustrante perceber toda essa construção quando o filme se apresenta como o grande clímax da franquia, mas através de suas ações parece uma ponte mal construída para o que ainda está por vir.



Os momentos de simplicidade continuam presentes, com a interação entre Eddie e Venom repleta de uma dinâmica que só um casal de longa data possui. O reencontro com Mrs. Chen é sempre bem-vindo, assim como nos filmes anteriores. No entanto, o verdadeiro destaque é uma cena ao som de “Space Oddity” de David Bowie, que traz uma discussão inesperada sobre paternidade, surpreendendo qualquer espectador. Embora não seja tão inspirado quanto seu antecessor, Venom: A Última Rodada ainda consegue entreter e brilhar ao não se levar tão a sério.

Se este realmente for o fim, Venom pode não ter se tornado uma grande franquia, apesar da intenção. No entanto, encontrou seus momentos de criatividade ao se permitir a liberdade de não estar atado a um grande universo cinematográfico.

“This is Major Tom to Ground Control

I’m stepping through the door

And I’m floating in a most peculiar way

And the stars look very different today”


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