Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo

Tudo em todo lugar ao mesmo tempo é cinema

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Vez ou outra o cinema produz algo único como “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” e eu me sinto grato por isso.

Sabe o multiverso da loucura? “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” (Everything Everywhere All at Once) soube fazer algo que deixa a loucura no chinelo. Isso aqui tá em um outro nível de insanidade e energia caótica. Daniel Kwan e Daniel Scheinert criaram uma série de acontecimentos insanos que coexistem em um grande universo compartilhado. 

A história segue Evelyn (Michelle Yeoh), seu marido Waymond (Ke Huy) e a filha deles, Jobu (Stephanie Hsu), uma família de imigrantes repleta de problemas e à beira de um colapso. Por causa das dívidas, a lavanderia deles está por um fio e é no meio desse caos que surge o Waymond de um universo paralelo.

Isso vai ser confuso de explicar? Talvez, mas vou tentar: O Waymond de outra dimensão faz sua consciência viajar pelo multiverso para assumir o corpo de seu semelhante. Existem algumas regras, mas todas facilmente entendíveis e insanas, incluindo uma onde você pega emprestado a habilidade que um outro “você” aprendeu em algum canto do multiverso.

A missão de Waymond é avisar a Evelyn de um perigo que pode destruir todo o multiverso e que apenas ela pode evitar. O velho clichê do fim do mundo? Não mesmo! “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” é tudo, menos clichê. A trama é envolvida por muitas camadas, incluindo a frágil relação familiar dos personagens.

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Everything Everywhere All at Once
Cena de Everything Everywhere All at Once

Tudo é muito bem construído e levanta questionamentos sobre as escolhas que fazemos ao longo da vida. As diversas terras paralelas mostram futuros alternativos entre os personagens e também realidades onde nada faz sentido, como uma versão onde as pessoas possuem salsichas no lugar dos dedos e outra onde todos são, literalmente, pedras.

Falando assim parece uma enorme bagunça, mas a narrativa é incrivelmente bem construída, principalmente a relação entre os personagens e suas mais variadas versões. “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” leva seu nome ao pé da letra e te faz viajar nessa loucura do multiverso, em uma história onde você se diverte e se emociona.

As cenas de luta, em meio ao caos de troca de habilidade e personalidade, são maravilhosas, principalmente em algumas situações, onde o roteiro parece estar no modo “aleatório” e te pega desprevenido.

Confesso que não estava preparado para  “Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” e minha reação ao terminar foi: ok, preciso de um tempo pra saber se realmente gostei. Acredito que isso seja comum em filmes assim. No fim, quanto mais eu pensava sobre, mais eu gostava e aqui estamos. Por fim, assista, tô curioso pra saber a reação de vocês. 


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