Tenet

Tenet | A espionagem de Christopher Nolan

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Em Tenet, Christopher Nolan mostra que ainda é possível ter ideias originais na ficção cientifica, até mesmo quando falamos de viagem no tempo.

Em meio a tantos remakes, reboots e continuações desnecessárias, ter filmes que nos apresente ideias originais é louvável. Nisso, o diretor e também roteirista, Christopher Nolan, se destaca. Ele não tem medo de expor suas ideias por mais insanas que elas possam parecer. Em Tenet, ele nos apresenta a um novo conceito de viagem no tempo, que consegue ser mais complicada que o convencional, mas que eu posso comparar com uma fita VHS sendo rebobinada.

A inversão do tempo é peça chave da trama e rende ótimas sequências de ação. Se as lutas em A Origem parecem loucas, é porque você ainda não viu alguém lutando com outra pessoa de trás pra frente. É praticamente alguém sendo rebobinado com o controle remoto de Click (Sim, aquele do Adam Sandler). E isso não se resume apenas a pessoas, os objetos, a fumaça, tudo vai de trás pra frente enquanto você nada contra a correnteza.

Esses efeitos podem causar estranheza pelo nível de realismo que é colocado. Nolan preza muito no aspecto técnico e é conhecido por preferir efeitos práticos ao invés de computação gráfica. Menos tela verde e mais profundidade, isso nos aproxima bastante da ação.

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Mas falando um pouco dos personagens, O Protagonista (John David Washington) é muito seguro e carrega o filme de ponta a ponta sem problemas ao lado de Neil (Robert Pattinson). O personagem de Washington tem inspirações em James Bond, assim como o enredo de Tenet lembra muito as aventuras de 007. Das missões que se passam em vários lugares do mundo até o vilão megalomaníaco armado com uma nova tecnologia. E é aqui que entra o fator Nolan. Não poderia ser uma espionagem comum. É preciso bagunçar a realidade.

E por falar no vilão, o destaque do filme fica com ele, Andrei Sator (Kenneth Branagh) e sua esposa Kat (Elizabeth Debicki).  E por que esse vilão é tão bom? Porque a motivação dele é a mais humana que existe: o egoísmo e o egocentrismo. Nolan trabalha bem o abuso de poder de Sator sobre Kat. É possível ver o desespero no olhar de Elizabeth Debicki quando ela fala de seu marido.

Não querendo ser o chato, mas já sendo o chato, por mais que eu tenha gostado de Tenet, ele não é o meu favorito de Nolan, mesmo tirando a trilogia Batman da equação. Não acho que tenha um desgaste em seu jeito de contar histórias, longe disso, mas é possível sentir que ele estava um pouco menos inspirado que em seus trabalhos anteriores. Posso dizer até que ele estava um pouco cansado. Talvez fosse o caso dele guardar esse roteiro para outro momento, tal qual fez com A Origem.

Mesmo assim, Tenet entrega um bom espetáculo e, embora o último ato seja um tanto confuso, é até legal ficar meio perdido no que está acontecendo ali, já que um novo conceito de viagem no tempo nos foi apresentado, novos paradoxos foram criados e nossas cabeças, mais uma vez, viraram mingau. Ainda bem que eu gosto de mingau.

Tenet – Trailer


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