Tempestade Ácida tenta ser um filme de desastre natural e de drama familiar, mas acaba não conseguindo alcançar nenhum dos objetivos.
Michal (Guillaume Canet) se envolve em um protesto na fábrica onde trabalha e um vídeo em que ele aparece agredindo seu chefe viraliza, afetando a vida de sua filha adolescente, Selma (Patience Munchenbach), enquanto sua namorada, Karin (Suliane Brahim), está hospitalizada. No meio do caos familiar, tempestades ácidas começam a atingir a França e Michal precisa salvar a filha e reencontrar a namorada enquanto o país é devastado.
Apesar da premissa até interessante, que remete a filmes de desastres naturais comuns, especialmente nos anos 2000, nada realmente novo ou cativante é criado aqui. O filme consegue construir um bom senso de urgência em relação ao impacto das tempestades ácidas que vemos na tela, embora elas funcionem apenas como um subterfúgio para acompanharmos os dramas familiares desses personagens: uma família quebrada que precisa se reconstruir em meio à catástrofe. Infelizmente, essa família em foco e seus problemas são desinteressantes, e os personagens são irritantes em excesso, o que compromete a eficácia dessa tentativa.
A estética do filme remete àquele tipo de produção que nossos pais estariam assistindo em um domingo descompromissado após o almoço, sem prestar muita atenção e sem se importar de verdade com o que está acontecendo com os personagens. Quando acabar, eles provavelmente dirão que foi um bom filme. Pode-se argumentar que há um valor nessa questão, então talvez o filme consiga encontrar seu público.
Mais um jornalista de cultura pop e otaku nas horas vagas.