Exterminador

O Exterminador com um futuro mais promissor

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James Cameron e Linda Hamilton retornam para o Exterminador do Futuro e consertam uma linha do tempo mais bagunçada que a dos X-Men.

Nas contas gerais estamos no sexto filme da franquia do Exterminador do Futuro. Olhado assim, parece que a série vem se dando bem, tal qual Velozes e Furiosos. Mas, a realidade é outra. Antes do Exterminador retornar para as mãos do, agora produtor, James Cameron, tivemos 3 outros longas: A Rebelião das Máquinas, A Salvação e Genesys. Esse último funcionou como uma espécie de reboot e reescreveu toda a cronologia até aquele momento, ignorando inclusive o segundo filme.

Não quero me alongar muito falando das produções anteriores, mas preciso dizer o que sinto a respeito desses filmes antes de falar sobre Destino Sombrio. Ninguém conseguiu acertar a mão sem James Cameron. Tirando a Salvação, que até tem boas ideias e é muito respeitoso ao material original, os outros dois apenas copiaram o tipo “paizão” do exterminador, enfiando sequências descontraídas, bem-humoradas e constrangedoras com o personagem do Schwarzenegger.

E, claro, errando muito com o coitado do John Connor, personagem que já foi vivido por ninguém menos que Christian Bale, o qual demostrou não ter gostado nada da experiência. Inclusive discutiu feio com um dos integrantes da equipe durante as filmagens.

Como fã da série, demorei um pouco para escrever sobre Destino Sombrio, até porque não queria fazer nada no calor do momento. Esperei um pouco e analisei mais friamente o que havia assistido. Não me restam dúvidas de que esse longa é muito superior ao anteriores, mas acredito que não vá agradar a maioria dos fãs.

Muito pelas escolhas de James Cameron e do diretor Tim Miller de não colocarem John Connor como protagonista. Acho que um descanso para o pobre John é merecido, é a hora de deixar a Sarah Connor de Linda Hamilton brilhar novamente. Afinal, ela sempre foi a protagonista mesmo. E, me desculpem, gosto muito da Emilia Clarke, mas como Sarah Connor não deu. Agora, a Lena Headey a gente pode até discutir, mas isso é assunto pra outra hora.

Assim como Jurassic World e até mesmo a nova saga de Star Wars, a proposta foi fazer uma espécie de reboot/continuação. Não é ignorado o que houve antes, mas chegou o momento de novos protagonistas com aquele suporte da velha guarda que, no caso, foi o retorno de Linda Hamilton e Arnold Schwarzenegger, que já é figurinha carimbada na saga. É até difícil imaginar esses filmes sem sua icônica presença, a diferença foi que dessa vez ele não é o foco, embora seu personagem seja de extrema importância para esse capítulo. É possível ver uma certa continuidade do que foi construído no Julgamento Final, então sua jornada faz todo sentido.

A trama lembra muito o que foi feito no primeiro filme e é possível notar algumas semelhanças, mas o importante é que dessa vez as ações de Sarah Connor em mudar o futuro surtiram efeito, o que não impediu de a humanidade encontrar novas maneiras de se autodestruir. A Skynet foi eliminada e o julgamento final não aconteceu em 1997. Em vez disso, uma nova inteligência artificial foi criada no futuro, o que levou a raça humana a entrar em guerra com algo muito mais implacável. É desse futuro que Grace (Mackenzie Davis) retorna para salvar Dani Ramos (Natalia Reyes) do exterminador Rev-9 (Gabriel Luna).

O exterminador vivido por Luna recupera a simpatia do T-1000, o que faltava nos filmes anteriores. Parece algo que estava meio esquecido, os exterminadores, já que são máquinas de infiltração, conseguem se passar por humanos, não apenas na aparência, mas também em atitudes.

Sobre Mackenzie Davis eu também só tenho elogios. Além de atuar bem, ela sabe como fazer cenas de ação. Não estou recordando se já vi trabalhos anteriores dela, mas que ela manda muito bem na pancadaria é fato. Queria muito ver ela saindo no soco com um Alien ou um Predador.

Natalia Reyes consegue entregar uma boa personagem também, são detalhes simples em algumas cenas que mostram uma humanidade na personagem que muitas vezes é perdida em filmes do gênero, como sentir a dor da perda de ente querido, por exemplo. Parece coisa boba, mas são detalhes importantes para construção. Falando nisso, é algo que vejo algumas pessoas reclamando. A falta de detalhes sobre o futuro e a criação da Legião (a nova inteligência artificial). Acho que uma sequência explicaria melhor, conforme aconteceu com a Skynet nos primeiros filmes, ela só teve um desenvolvimento, de fato, em Julgamento final.

Para finalizar, não poderia deixar de falar sobre como as cenas de ação estão ótimas. Tim Miller já provou que sabe fazer muito bem essas cenas lá no primeiro Deadpool, então quanto a isso podem ficar sossegados, pois a explosões estão de qualidade.

Esse novo capítulo resgata alguns conceitos, até mesmo da questão emocional, muito presente nos filmes de James Cameron e apresenta novos. Gostaria muito de assistir uma continuação desse novo (velho) universo repleto ótimas possibilidades.

O destino pode até sem sombrio, mas o futuro para a saga me parece promissor.


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