Homem-Aranha

Homem-Aranha | De volta às origens

Compartilhe:

Terceiro filme do Homem-Aranha sob a batuta da Marvel Studios finalmente faz juz ao cabeça de teia e mostra todo o potencial de Tom Holland.  

Os novos filmes do Homem-Aranha receberam muitas críticas, muito por conta da forte ligação do personagem com Tony Stark. Essa apadrinhação do Homem de Ferro, somado ao Peter ser muito dependente de um uniforme tecnológico e a falta de um elemento chamado Tio Ben, deixava o Peter Parker do MCU um tanto quanto irreconhecível das origens do Homem-Aranha.

Lógico que, vendo o contexto no qual o Amigão da Vizinhança foi inserido no Universo Marvel, é compreensível que ele viesse com alguns upgrades. Houve muita negociação para que o Homem-Aranha viesse para o MCU e, portanto, o personagem caiu de paraquedas no meio de uma Guerra Civil. E isso não quer dizer que seus filmes anteriores sejam ruins, mas essas coisas incomodavam os fãs da velha guarda. 

Sem Volta Para Casa já começa com os dois pés na porta, exatamente de onde o filme anterior terminou, com J.J. Jameson revelando a verdadeira identidade do Homem-Aranha e com um vídeo incriminando o herói de matar Mysterio. Essa revelação faz Peter e seus amigos enfrentarem consequências em suas vidas pessoais, o que leva o herói a pensar em algo sem precedentes. E o que era um problema “simples” põe em cheque toda a realidade.

Escute o nosso podcast sobre Homem-Aranha: Sem Volta para Casa!

Bem, a trama vocês já conhecem, então gostaria de ir logo aos pontos centrais do filme, o amadurecimento de Peter Parker e o grande ensinamento de Tia May. Vi alguns comentários onde diziam que a morte dela tinha mais impacto que a do Tio Ben nos filmes anteriores e vi pessoas discordando disso, enquanto eu não poderia concordar mais. 

O relacionamento entre May e Peter foi trabalhado ao longo de 3 filmes e ela, até então, estava em um porto seguro, afinal, não existia Tio Ben naquele universo, né? Logo eles não matariam a Tia May. Errado. A figura de inspiração para o Peter estava ali o tempo inteiro e a frase “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades” nunca foi dita de uma maneira tão poderosa. 

As consequências por pensar em si mesmo alcançaram Peter Parker, elas sempre alcançam. Tentar fazer o bem e ser recompensado com perda e dor fazem parte da caminhada do Aracnídeo. Junte isso ao encontro triunfal das três versões do herói e temos a melhor cena de um filme do Homem-Aranha já feito. Onde os três Peters compartilham suas histórias de dor. É sem dúvida um dos maiores momentos do cinema de super-heróis.

Leia também: Viuva Negra | Um bom filme, mas sem timing

Peter subiu um degrau enorme em seu terceiro filme solo, e com a ajuda de suas duas versões alcançou o melhor de si. A cena final onde ele tenta matar o Duende Verde e é impedido por Tobey Maguire dá um arrepio na espinha. Aquele Homem-Aranha sabe que isso não vai ajudar e ele não quer que esse Peter passe pelo que ele passou, assim como o do Andrew Garfield que, ao salvar M.J., consegue sua redenção em uma cena muito emocionante.

Por sinal, a participação dos Homens-Aranha foi muito mais importante do que apenas aparecer e ajudar na briga. Eles são a bússola moral que aquele Peter precisava no momento mais sombrio da sua vida. Assim como a participação dos vilões, que juntaram um “quinteto sinistro” de qualidade absurda. Willem Dafoe roubou a cena e segue sendo o melhor vilão do Homem-Aranha, com seu Duende Verde ainda mais ameaçador e brutal.

No fim, sem volta para casa, na verdade, pode ser considerado um de volta ao lar. Temos o personagem sofrendo um soft reboot e reencontrando suas origens, incluindo a perseguição intensa da imprensa, em uma ótima reinvenção do Clarin Diário. Peter deixa a vida antiga e seus amigos para trás, ao notar que eles estão mais seguros longe dele. É a jornada solitária do herói que entendeu suas responsabilidades.

Sem Volta para Casa não é apenas um grande filme do Homem-Aranha, ele é um grande filme. A emoção do cinema ao se deparar com o que estava acontecendo foi algo lindo de sentir. Eu achava que a Marvel não poderia causar um impacto tão grande em uma sessão como fez um Ultimato. Que bom que eu estava errado. 


Compartilhe: