Doutor Estranho

Doutor Estranho | Loucuras e terror no multiverso

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Comandado por Sam Raimi, o segundo filme solo do Doutor Estranho foge da fórmula Marvel, mas desaponta nas loucuras e não escapa de alguns clichês.

Não há como negar, a Marvel Studios alugou um triplex na cabeça dos fãs (inclusive eu) e pode ter nos iludido a acreditar que Doutor Estranho 2 teria, de fato, um multiverso de loucuras. Afinal, após os 3 Homens-Aranha, o céu seria o limite. Entretanto, as mil teorias caíram por terra, o que não tira o mérito do nome do filme, pois tivemos muitas loucuras no Multiverso, mas ficou aquém. Não era a loucura que esperávamos.

Porém, gosto de ver o lado positivo disso, já que Doutor Estranho 2 não se apoiou na muleta das participações especiais e do fan service. É um filme que consegue entregar o que é proposto. E mesmo que o roteiro seja um tanto fraco e meio clichê em certos momentos, Sam Raimi consegue entregar um ótimo entretenimento.

Só que a complicação começa aí. Não é apenas a falta do fan service que fica decepcionante, o próprio fan service ali é mal explorado, o que pode gerar um gosto amargo ao final. Me diverti assistindo? Sim! Fiquei reclamando quando terminou? Também! Mas gosto de me lembrar o quanto foi legal assistir e, principalmente, o quanto fiquei entretido.

O filme brinca com elementos de terror, marca registrada de Sam Raimi, e faz bom uso da Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) para estas cenas. Inclusive, Wanda é o fio condutor da história, já que acompanhamos a sua jornada desesperada para recuperar seus filhos que, na sua realidade, não existem. Ela está disposta a fazer qualquer coisa, incluindo matar quem for necessário.

Wanda Maximoff, a Feiticeira Escarlate

Outra personagem importante para a trama é America Chavez (Xochitl Gomez), que faz a sua estreia no Universo Marvel. America tem o poder de viajar entre os universos. Ela tenta desesperadamente encontrar as suas mães, porém, ela não consegue controlar seus poderes e, mesmo que ocasionalmente ela viaje para outra terra, achá-las é como procurar uma agulha em um palheiro.

Quanto ao nosso Doutor Estranho, Benedict Cumberbatch não decepciona nunca. Já estamos completamente acostumados com a sua imponência e elegância, estando vestindo ou não a capa vermelha. Não importa a situação, ele entrega uma performance segura e tá 100% confortável. Convenhamos, né? Fazer esses filmes pra ele é como tirar férias.

Os destaques ficam para as cenas da caçada brutal entre Wanda, America e Doutor Estranho. Que me lembrou muito não só a perseguição dos assassinos nos filmes de terror, mas do Exterminador do Futuro caçando a Sarah Connor. Não importa o que você faça, Wanda simplesmente não para!

As cenas estão repletas de referências, seja de possessões ou até mesmo Carrie, a Estranha. Sam Raimi brincou no limite da classificação indicativa e não teve vergonha alguma de utilizar tudo referente ao misticismo e a magia negra. 

De negativo, além do fan service, que sinceramente, se fosse pra utilizar daquele jeito era melhor nem ter colocado, ficam as soluções fáceis e até preguiçosas do roteiro. Em alguns momentos me lembrou até a série The Flash, da CW, onde uma frase motivacional é tudo o que o herói precisa para salvar o dia. Exagerei? Não, né?

Bem, entre altos e baixos, surpresas e decepções, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é sim um bom filme, mas não vai agradar todo mundo. E se você está esperando um grande gancho sobre o futuro da Marvel, desculpe, não rolou, nem no pós crédito. A segunda cena então…é do mesmo nível da de Homem de Ferro 3.

Por fim, o Doutor Estranho retornará, só não sabemos se apenas em seu terceiro filme, que muito provavelmente deve acontecer, ou em alguma outra produção. Ficamos no aguardo, o multiverso tá aí e eu sei que você sabe usar isso direito, dona Marvel, é só fazer a sua mágica.  


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