Com um elenco de peso que conta com nomes como Michael Peña e Eva Longoria, como pais da Dora e Danny Trejo e Benicio Del Toro, como dubladores dos queridos Botas e Raposo, o Live-Action conseguiu destorcer muitos narizes torcidos e conquistar toda família.
Dora e a Cidade Perdida não é apenas um live-action do desenho animado da Nickelodeon, ele vem como uma continuação da animação principal. Ele mostra a pequena Dora se tornando uma adolescente, assim como em Dora e seus amigos: na cidade, e toda a complexidade de uma garota criada dentro da mata tentando se adaptar à cidade e seus costumes.
O filme conta a aventura da menina exploradora que sonha, junto com seus pais, em encontrar uma cidade inca perdida chamada Parapata, uma espécie de El Dourado. Ao encontrarem pistas sobre sua localização, seus pais vão em busca do lugar misterioso, deixando Dora na cidade com seus tios e seu primo, Diego (de Go, Diego, Go!). Porém, a garota encontra certa resistência em ser ela mesma já que, aos olhos dos adolescentes da cidade, ela é esquisita.
Com o desenrolar da trama, Dora é sequestrada junto com seu primo e alguns amigos por malvados caçadores de tesouros que também estão atrás de Parapata. Porém, com a ajuda de um professor, amigo de seus pais, foge e parte em busca da Cidade Perdida para encontrar sua família antes dos caçadores. A partir daí, muita coisa acontece, personagens surgem, o famoso Raposo dá seu ar da graça, Botas nos leva às gargalhadas, plot twits acontecem e a gente consegue se divertir bastante.
Sinto que tenho uma certa autoridade para falar sobre o quanto esse filme conseguiu se manter fiel ao desenho animado, pois tenho crianças pequenas em casa que simplesmente são apaixonadas pela Dora e, por isso, sei todas as músicas, conheço todos os personagens e suas características (ainda que isso seja bem maçante, às vezes). Me senti como um Capitão América no meio de tanta referência!
O longa nos conquistou já nos primeiros minutos, quando percebemos que ele faria justamente o que mais esperávamos: piadas sobre si mesmo. Sim, a Dora quebra a quarta parede e fala conosco assim como na animação, mas de forma muito mais divertida, com um tom de sarcasmo e deboche até. É realmente bem legal como eles conseguiram rir de si mesmos sem ofender a sua própria história, não há falta de respeito. Pelo contrário, o filme respeita não apenas quem ainda assiste a essa animação, como também os mais velhos que já passaram por essa época.
É muito interessante como o roteiro, apesar de fraquejar em alguns momentos com uns clichês, consegue entreter toda família. Há cenas que são simplesmente hilárias. E, aqui, venho enaltecer a presença do Michael Peña que simplesmente rouba as cenas onde está. Como, também, a Isabela Merced que arrasou no papel principal. Ela soube dosar perfeitamente a doçura e esperteza da personagem com os momentos problemáticos de uma adolescente tentando ser ela mesma em um ambiento tão nocivo quanto é o ensino médio.
Quando saiu a notícia de que esse filme seria produzido, um bocado de gente torceu o nariz e começou a duvidar da sua qualidade. Não vou negar que até eu fiquei questionando se conseguiriam fazer algo legal nesse estilo. Pegar um desenho infantil como Dora e transformar em uma aventura ao estilo Indiana Jones. Mas, eles conseguiram cumprir o proposto, o filme é voltado ao público infantil, mas agrada, também, aos mais velhos. É bem família!
Apaixonada por arte, música, literatura e filosofia. Adora a Disney, Harry Potter e Sherlock, além de ser viciada em memes. Ri de tudo, é meio perdida nas ideias, viajante do tempo nas horas vagas, só anda com fones nos ouvidos e ama tudo que é fofinho, inclusive o editor-chefe desse site.