Bohemian Rhapsody

Bohemian Rhapsody | Um Queen PG-13

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Bohemian Rhapsody é um filme pequeno demais para a história do Queen.

Começar esse texto é algo complicado, afinal, “falar mal” de qualquer coisa que envolva a aura do Queen parece simplesmente errado. Não é muito difícil entender o que aconteceu aqui, Bohemian Rhapsody sofreu uma higienização, foi filtrado, a história da banda e principalmente do Freddie Mercury, que é a linha que conduz a narrativa do filme, os escândalos, as histórias de bastidores, as fofocas da época, todo o exagero foi suavizado.

Assim como o homem, que estava ao meu lado na sessão,  cobria os olhos do filho quando Freddie beijava outro homem (2018 e ainda temos que lidar com atitudes como essa), Bohemian Rhapsody também parece querer cobrir nossos olhos, desviar nossa atenção, isso acaba tornando ele pequeno, às vezes um produto que parece ter sido feito para a TV.

Boa parte do destaque do filme fica por conta dos atores, todos muito bem caracterizados e quando recebem algo pra trabalhar se saem bem. Óbvio que toda atenção é dada desde o início para Rami Malek, como não poderia deixar de ser, o trabalho dele é realmente admirável, os maneirismos, o jeito de olhar, os momentos no palco, tudo está ali, é inegável que ele se dedicou ao papel.

Mas, falta em Bohemian Rhapsody o que Freddie tinha de maior: a sua entrega no palco, a energia, o suor que você via molhar o rosto, a voz sendo levada ao limite, principalmente em seus últimos shows quando sua voz já não era mais a mesma, faltou a paixão que ele tinha por sua arte. Então Rami Malek, sobre seu lip sync, como diria Rupaul “Sashay away”.

O maior mérito de Bohemian Rhapsody são as músicas, nem todos os grandes hits estão presentes, mas os que ali estão são usados nos momentos certos, é impossível não se arrepiar, não se entregar a cena que está na sua frente, não se sentir no show, tanto que pessoas ao meu lado cantavam juntos e choravam ao final do filme.

Afinal, não importa como sua vida está, ouvir milhares de vozes cantando “we are the champions, my friends and we’ll keep on fighting  ‘till the end” pode salvar seu dia, sua vida, te dar forças pra seguir em frente. O que fica provado é que o Queen, suas músicas e o que elas representam são muito maiores que o filme e fica aquele sabor amargo que eles mereciam mais, bem mais.


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