Em Army of the Dead, diretor retorna ao gênero no qual fez sua estreia no cinema e arrisca uma nova abordagem sobre o tema.
Se você foi assistir Army of the Dead esperando algo parecido com Madrugada dos Mortos, acho que você vai se decepcionar um pouco. Apesar de ainda termos zumbis frenéticos, a pegada é muito diferente. Na trama, os zumbis estão contidos em Las Vegas e um grupo de mercenários invade o local para roubar um cassino.
A principal diferença está aí, ao invés de um grupo de sobreviventes, temos um verdadeiro Esquadrão Suicida, o que deixa as coisas interessantes. O problema é que o grupo comandado por Dave Bautista não é lá muito carismático e você não consegue se importar muito com eles. Isso atrapalha no desenvolver do filme? Não. Mas cria momentos constrangedores, como uma declaração de amor em meio a matança. Eu não consegui me importar, desculpe.
Army of the Dead também tem alguns problemas narrativos. Certas ações ficam mal resolvidas, ou mal contadas. O tempo de determinadas coisas acontecerem é muito curto e o plano principal parece complexo demais quando você se dá conta do que realmente aconteceu. Isso pode atrapalhar um pouquinho. Mas, se você quiser só fazer vista grossa e curtir os zumbis, tá valendo.
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Se tem algo que eu quero tirar o chapéu é para a caracterização dos zumbis. Isso tá muito legal! O tigre, que foi uma das atrações no trailer, é assustador. A violência gráfica e o sangue rojando vai saciar a sede de quem estava esperando uma pegada mais gore. Outra coisa do Snyder que me surpreendeu aqui foi a luz. Se tinha um filme que eu realmente esperava fosse ser escuro era esse, mas me enganei. Ele não esconde seus zumbis nas sombras, e tal qual Madrugada dos Mortos, Army of the Dead não tem medo de colocar seus zumbis “ao vivo” e em cores. Não resisti, foi mal.
Ainda falando sobre os mortos-vivos, Snyder optou por colocar alguns mais inteligentes. E, não só isso, eles também conseguem entender e produzir sentimentos. É nesse ponto que talvez ele desagrade os fãs de zumbis, que são um tanto quanto puristas nessa questão. Do meu lado, está tudo bem.
Army of the Dead é um pouco atrapalhado e às vezes tropeça em si mesmo, mas consegue ser um filme legal. A Netflix já tem planos para que Snyder prossiga nesse universo e em breve poderemos ter mais novidades sobre a sequência.
Publicitário e jornalista que é apaixonado por cultura pop, coleciona tudo que vê pela frente, adora uma piada ruim e ama a revisora desse site.