Desenvolvida pelos mesmos criadores da série Avatar, O Príncipe Dragão tem todo o potencial para ser tão boa quanto.
À primeira vista, O Príncipe Dragão aparenta ser apenas mais um desenho cliché sobre um mundo fantástico com diferentes reinos, elfos e dragões e depois de assistir a primeira temporada podemos ver que essa frase está quase certa, com exceção da palavra “apenas”. Mesmo com uma ambientação pouco original, a nova animação da Netflix se destaca por possuir um enredo cativante, protagonistas carismáticos e uma direção de arte única.
O Príncipe Dragão já começa de maneira brilhante quando, logo nos primeiros minutos, faz uma espécie de prólogo onde nos é apresentado todo o seu universo, povos e conflitos, deixando o espectador deslumbrado e curioso para ver o desenrolar da história, posso dizer com tranquilidade que dificilmente um episódio piloto pode ser tão bem executado.
Mas, com certeza, o maior acerto de O Príncipe Dragão está na construção dos personagens. Os roteiristas conseguiram trabalhar separadamente os arcos de protagonistas com diferentes personalidades e ambições e ainda criar um arco de superação que uniu todos eles de forma natural e fluida, algo que não surpreende já que estamos falando de Aaron Ehasz e Giancarlo Volpe, roteiristas responsáveis pela obra de arte que é Avatar: A Lenda de Aang.
Além do arco principal (a jornada do príncipe Ezran, seu meio irmão Callum e a elfa Rayla), ainda temos em O Príncipe Dragão, personagens secundários que não são tão secundários assim, todos os personagens tem seu devido propósito e importância na narrativa, até mesmo os que tem pouco tempo de tela conseguem ser notáveis na sua própria maneira. Sei que parece que estou puxando o saco dos roteiristas, porém, nesse caso, não posso deixar de exaltar o quão bom é o roteiro dessa série.
Mesmo com um estilo de animação que pode causar certo estranhamento no início, O Príncipe Dragão conta com cenários e personagens belíssimos, mensagens importantes e uma aventura incrível que está apenas começando.
A primeira temporada está disponível na Netflix, mas a segunda ainda não tem data de estreia.
ATENÇÃO, SPOILERS:
Só queria deixar registrado aqui a minha adoração pela cena da curandeira no episódio final: “Ela não precisava da quarta pata pra ser feliz, eram todos os outros que precisavam”, confesso que quase chorei :’)
Jovem de 20 anos com estatura de 13 e mente de 60. Muito burra pra ser de exatas e com vergonha de assumir que era de humanas, optou por biológicas e tá vendo no que é que dá. Fã de ficção científica, musicais, animações e entusiasta do cospobre. Se comunica principalmente por meio de memes, vines esquecidos pela humanidade e resultados de testes do buzzfeed. Especialista em fazer teorias inúteis sobre séries e agente secreta da URSAL nas horas vagas.